20100702

curta experimental "who killed bambi" by ana macedo

A imagem desfocada mostra cruamente um bambi morto. A seu lado, em luto, jonhy depp a personificar o william blake no épico filme minimal germânico “Dead Man”, parece questionar a razão da existência.
Depois invento a pergunta singela “why did this happen to me?!!”. Porque é que perdi um ser amado, um ser innocente, porque é que morreu?
Queda livre. A sensação de entrada neste mundo. Quando desperta, ela ama a luz do planeta visto de cima. As nuvens, a sua ligeireza, a sua velocidade...
Das nuvens para a terra a queda nunca é agradável. Aliás a terra é bastante dura.
De repente é lhe designada uma identidade individual, dentro de uma linhagem de outras identidades, ligadas por sangue.
Depois surgem outras individualidades com as quais se depara a interagir, que têm uma denominação diferente, são o mundo lá fora.
Por esta altura, a figura da mãe morre. Desaparece deste mundo. YOUR LOVED ONE IS DEAD. O simbolo do bambi, é a criança de seis anos que se depara com a morte da sua mãe. Neste caso da sua avó materna. A avó Tita. Rest in Peace Grand Ma.
Um pequeno corpo frágil, um involcro femenino infantil chamado Aninhas, abalou a formar a consciência da sua identidade. Por um lado chamava-lhe o mundo lá fora, no qual amava se perder, numa descoberta constante, impulsiva e apaixonada, por outro lado chamava o obscuro, o negro do céu sem lua, o vazio, o abismo, a morte.
Surgiu então a raiva. A raiva era um escape á terrivel dor de sentir o vazio.
Da raiva surgiram as ideias, que se foram transformando em arte.
A arte escondia a tristeza por detrás da raiva. A arte desejava ver o céu, ser completamente livre, viver no estado de fusão divina. E deparava-se com as constantes quedas dos seus voos megalómanos !
Mas levantava-se. Sacodia a poeira dos ombros, chorava e gritava um bocado, gesticulava, argumentava...
Depois a arte calava-se, e continuava o seu caminho.
Foi da arte que nasceu a visão destas cidades do futuro.
É com a arte que sonhamos construir, com a architectura e a engenharia edificamos. Sonho com um templo livre, humano, e cósmico.

Do sonho immergirá o amor....
O ciclo continua, do amor nasce o dia, da luz a sombra, do vazio o renascimento. E assim a paixão renova-se no mito da morte.
O video retrata viagens de uma criatura a andar por aí com o seu iphone, que depois usou um software misterioso para compor esta sua história...

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